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30 novembro, 2013

Clara sempre fora menos humana do que animal - não se adaptou nunca aos padrões e às etiquetas sociais. Lavava os caminhos com suas mágoas, deixando um rastro de lesma por onde pisava. Seu coração, qual pássaro recém-colhido do ninho, pulsava amedrontado, sem ideia de voo. Um dia, porém, a surpresa - sem mais riso de hiena e olhar amedrontado de ratazana - metamorfoseou-se em gente. E, às noites, passou a sonhar, com nostalgia, kafkianamente.


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